Desde quinta-feira (18) São Simão e Itaguaçu entraram num verdadeiro “estado de guerra” contra o mosquito Aedes aegypti. Por determinação do prefeito Ibinho, agentes de Endemias e de Saúde vão se juntar aos militares do Corpo de Bombeiros de Quirinópolis e aos demais funcionários da Secretaria Municipal de Saúde no combate ao mosquito transmissor da dengue, do zika vírus e da febre chikungunya. A ação, que é mais um desdobramento da campanha “Aedes Zero”, desenvolvida em todo o estado de Goiás, contou com a participação do secretário de Saúde, José Fernandes Faria, da Subcoordenadora do CRECCEE Goiás (Centro de Referência Controle e Combate as Endemias e Epidemias), Marli da Costa Cardoso, da Coordenadora da Vigilância em Saúde, Michelle Santos Côrtes de Melo e, do Gerente de Endemias, Klauber Macedo. A primeira ação na luta contra a proliferação do Aedes foi no bairro Vila Bela, um dos que mais concentra focos do mosquito na cidade, ao lado do Setor Popular e Residencial Cemig. De acordo com o secretário José Fernandes, o objetivo foi visitar todas as residências eliminando todos os pontos de procriação do mosquito e afirmou ser crítica a situação em todo o município. “São Simão agradece ao Corpo de Bombeiros por mais essa parceria. A coisa tá feia e a situação é alarmante no município. Por diversas vezes, pedimos a participação e colaboração da população, mas infelizmente não temos tido o apoio necessário nessa luta no combate ao mosquito da dengue. Ao que parece, os moradores banalizaram o problema, não dando a devida importância e seriedade que o assunto requer.  A nossa situação é crítica, para ter uma ideia, somente semana passada tivemos cerca de 94 casos de pessoas com dengue ou suspeita. Basta ir ao hospital municipal para ver a quantidade de pessoas tomando soro e sendo medicadas com os sintomas da doença. Tivemos um caso de dengue hemorrágica e outro gravíssimo encaminhados para Goiânia, mas ambos os pacientes passam bem. Dengue hemorrágica mata! Corre o risco de alguém que contrair a doença sair de São Simão e não chegar em Goiânia ”,disse. José Fernandes revelou que os agentes estão encontrando dificuldades e resistência de moradores, para realização do trabalho de fiscalização dos quintais e residências. “Em mais de 90% dos casos de suspeita de dengue, o foco do mosquito esta dentro da própria casa do infectado. Acreditamos que, se não tivéssemos realizado os manejos no período de seca, meses atrás, já teríamos registrado neste período mortes em consequências da dengue, devido à infestação altíssima em que o município se encontra. Além de não termos o apoio da grande maioria da população, ainda nos deparamos com a falta de responsabilidade por parte de alguns que estão dificultando o trabalho dos agentes, chegando ao ponto de proibirem os servidores de fazerem a fiscalização. Essa situação está nos levando a tomar medidas que não gostaríamos, mas se necessário vamos começar a notificar extrajudiciais as pessoas onde tivemos reincidência de focos e vamos abrir processos junto ao Ministério Público para chamarmos esses moradores e eles assumirem suas responsabilidades no combate a esse mosquito. Todos sabem como fazer para eliminar os focos do Aedes, mas infelizmente não fazem. Não estão levando a sério, a gravidade do problema que estamos passando”, revelou. Devido à falta de conscientização dos moradores, o trabalho, conforme frisou Zé Fernandes, apresenta resultados apenas nos primeiros dias. “O que está faltando é as pessoas se conscientizarem de que elas também são responsáveis por combater o mosquito da dengue e que precisam colaborar eliminando os pontos de procriação”, observou o secretário municipal de Saúde. Segundo o secretário, entre os 246 municípios goianos, São Simão ocupa a segunda colocação entre os mais infestados pela dengue. “É grande a preocupação por parte da administração municipal. Estamos procurando fazer nossa parte, buscando parcerias, mas não está sendo fácil sem o apoio da população. Só para alertar a todos, lembramos que há três anos tivemos um óbito por dengue registrado em Itaguaçu. Provavelmente, os moradores de São Simão e Itaguaçu já se esqueceram desse caso. Quem quer perder um ente querido com dengue? Graças ao descaso dos moradores, estamos correndo o sério risco de isso voltar a acontecer. Façam uma reflexão, pois isso pode acontecer com qualquer um de nós. Precisamos que a população no ajude e se ela não fizer por bem, fará a força. Vamos mexer no bolso, multando, fazer o que for preciso. Não é o que a prefeitura e a secretaria de Saúde gostariam de fazer, mas se for necessário tais medidas serão tomadas para evitar que pessoas morram.” Zé Fernandes finalizou destacando que o prefeito Ibinho, autorizou a compra de uma bomba costal Fog para auxiliar nos trabalhos de bloqueio do mosquito Aedes. “Acreditamos que, até a próxima semana já estaremos com este equipamento em uso. Pedimos à população que quando nossa equipe estiver realizando aquele combate, que abra portas e janelas, mas não fiquem de frente para o veneno para que o mesmo tenha acesso ao domicílio”, pediu. Durante a mobilização, o Tenente Nunes, do Corpo de Bombeiros de Quirinópolis, falou sobre as dificuldades enfrentadas durante o trabalho e ressaltou a importância da participação da população na “guerra” contra o Aedes aegypti. “Mais uma vez estamos aqui, acompanhando a equipe da Secretaria Municipal de Saúde, nesse enfrentamento ao mosquito da dengue e não esta sendo fácil. Essa luta necessita de um maior engajamento da sociedade. Se ela não nos apoiar ficará muito difícil o combate a esse mosquito. É preciso que cada morador faça a sua parte, pois constatamos que há um descaso muito grande por parte da população. O número de casos está aumentando porque as pessoas não estão dando a devida importância ao problema”, afirmou. Todo o trabalho será estendido aos demais bairros de São Simão e também em Itaguaçu. Em apenas 1 ano, pelo menos duas mobilizações com a ajuda do Corpo de Bombeiros foram realizadas no município.